Este é o nosso segundo texto dentro do tema
suicídio. É um assunto pouco abordado, mas de uma importância enorme. Centenas
de milhares de pessoas tiram suas vidas todos os anos e isso é número muito
preocupante. É nossa tarefa, como obreiros da luz, tentar auxiliar de alguma
maneira. E a meu ver, o conhecimento, a informação, faz toda diferença. Porque é um
caminho, uma opção a ser oferecida. Porque quem comete esse tipo de ato,
provavelmente não tem conhecimento da Espiritualidade e sequer imagina as consequências
disso. Porque elas existem e são sérias.
Agora, falando dos motivos que levam uma pessoa a
cometer suicídio ou a tentar, precisamos conversar. Na minha adolescência, eu
passei por isso, tentei tirar minha própria vida com remédios. E hoje, na
lucidez espiritual em que me encontro, antes de me agredir pela atitude
ignorante que tive, procuro compreender minhas razões. Porque uma vez que me
compreendi, me abracei e me esforcei para fazer da minha vida algo que valesse
a pena viver.
Eu tive sérios problemas familiares, aos onze anos
meu mundo desabou com a separação dos meus pais (que hoje estão juntos e
reconciliados), em decorrência disso vieram muitos outros problemas. Mudança de
cidade, afastamento dos amigos, problemas emocionais pela falta do pai,
dificuldades financeiras, entre outras. Foi um momento muito delicado. E ainda por cima, eu
já tinha a mediunidade aberta e desenvolvida e não sabia lidar com o que
eu via, ouvia, sentia. Tudo isso era demais pra mim e como opção de fuga do meu
sofrimento, eu tentei encerrar o que estava vivendo.
Daí, compreendi que o desespero faz as pessoas
tomarem essa atitude. Não são elas, mas o desespero decide por elas. Então, é
muito fácil, pra quem vive uma situação de vida mais favorável (seja interna ou
externamente), acusar quem tenta tirar a própria vida. Claro, uma vez que a
pimenta está ardendo nos olhos do outro, é simples condená-lo por tentar (mesmo que levianamente) se livrar da dor.
Vivemos numa sociedade onde o mais bonito tem
melhores oportunidades. O mais bem de vida tem acessibilidade e desfruta de uma
educação e de outros confortos que quem não teve a mesma “sorte” provavelmente
nunca vai desfrutar. A menos que vire o jogo. Mas esse virar o jogo não é algo
tão simples. Este mundo escraviza os sem conhecimento, julga, oprime, persegue
os diferentes. E sem Espiritualidade é muito difícil lidar com toda essa situação.
Este mundo é o planeta da superficialidade. A
maioria vive pra vestir uma imagem de feliz, bem sucedido, de bem com a vida.
São as selfies exibicionistas, as redes sociais que inflamam a competição pelos
“likes”. Um buscando ser mais notado que o outro, ser mais aplaudido que o
outro. O show do ego inflado. Não que ser uma pessoa notada, reconhecida,
famosa e bem sucedida seja algo ruim, de maneira nenhuma. O problema é que isso
torna-se o objetivo principal da vida, mas não movido por um desejo interior de
ser evidenciado para fazer o Bem e poder ajudar o próximo. É apenas
exibicionismo, auto compensação. Gente vazia tentando tapar o buraco
existencial.
Uma necessidade de ter para ser. Eis o problema social,
planetário. Todos querem ter, porque tendo, serão reconhecidos. Um bando de
gente oca se preenchendo com as coisas deste mundo para se sentir melhor, um
pouco importantes. E nessa guerra pelo status social, perde quem não tem “bala
na agulha” pra competir. A verdade é que só há uma diferença entre um grupo que
tem posição social privilegiada e quem não tem, o primeiro tem condições de
viver de aparências, o segundo não.
E num mundo de mentes vazias e pessoas fúteis,
imagina como é ter que lidar com a cobrança social? Com a exigência do mercado?
Com o preconceito e separação, rotulação do bonito e do feio? Do aquedado
e do inadequado? Do natural e do antinatural, como é o caso da homossexualidade? Ter
que viver num mundo onde ser gay é estar contra os princípios do Criador não é
fácil, se não há espiritualidade pra entender que tal condição é natural! E mesmo assim, ainda há percalços.
Se tivermos que encontrar os responsáveis maiores
pelos suicídios que ocorrem seriam os paradigmas deste mundo. Isso mata as
pessoas. Nem todo mundo suporta a injustiça deste planeta. Somos um povo que
cresce e se torna adulto sem a menor noção do que é a centelha divina ou quais
são as verdadeiras Leis do Criador. E sem isso, que é a única coisa que pode
preencher o ser humano, estabelece-se o caos e o sofrimento.
Jovens se formam na faculdade, mas não sabem lidar
com frustrações. Homens e mulheres formam famílias, se tornam pais e mães sem
terem superado seus próprios conflitos e passam tudo isso aos filhos. Não temos
educação financeira correta, daí, criamos dívidas. Não temos
educação espiritual funcional, somos bombardeados pela religião logo no começo da vida
com seus dogmas, doutrinas e princípios sem fundamentos no verdadeiro amor de
Deus. Percebem o problema que temos hoje? É grave, é grande.
E quando eu falo de suicídio não me refiro somente a
quem aperta o gatilho do revólver, esse ainda é mais corajoso que a maioria,
que se mata aos poucos. Falam que suicídio é ato de covarde, mas é preciso
muita coragem pra fazer isso.
A maioria prefere se matar lentamente, numa mágoa, numa
auto repressão, no medo, na negação da própria essência, no ódio, na inveja, na
inação. Está sofrendo e não faz nada pra mudar. Tudo isso é suicídio. O câncer é
uma doença nutrida pelas emoções mal resolvidas. E quem se adoece, está se
matando. Então também é suicídio. Por isso, temos uma humanidade suicida. Uns
preferem encerrar tudo de uma vez, outros preferem morrer lentamente. Mas,
avaliando minuciosamente, todos os que se negativam também estão se suicidando.
É forte? Eu sei. Mas é preciso encarar a realidade para sair da ilusão.
Quando isso for feito, teremos a opção de nos curar
e aí sim, viver plenamente. Mas como, se as pessoas não querem encarar seus
monstros? Como, se a zona de conforto fala mais alto? Como, se as convenções
sociais são a prioridade? E aí, esse pessoal julga o outro pessoal, que tirou a
própria vida num único ato. Quem é pior? Quem toma o veneno ou quem se tortura
lentamente? Reflita e responda a si mesmo. E já aviso, tem gente vai ler isso
aqui e se escandalizar. Porque não quer enxergar a verdade. Prefere viver de
mentira. Eis aí, outra forma de suicídio.
Se você não vive segundo sua essência, não busca a
sua felicidade, não trata seus conflitos internos, não se resolve como pessoa e
se permite viver afundado num monte de cocô metafísico, lamento, mas você está
se matando.
Você é livre pra fazer o que quiser com sua vida, pra fugir dos seus problemas se preferir, mas saiba que tem preço, tem consequência. O caminho da fuga por essa via tem um preço caro.
Então, o que é preciso pra resolver esse problema? Amor, compreensão, luz,
espiritualidade, compaixão, misericórdia, sabedoria e ação. Sem estas coisas o
mundo vai prosseguir se matando, uns de um jeito e outros, de outro.
Continuaremos no próximo texto.
Que o Amor nos cure!
Vinícius Francis :-)
Visite a nossa loja virtual e conheça os cursos e materiais exclusivos para auxiliar o seu processo de desenvolvimento espiritual e pessoal. Clique na imagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui sua opinião ou pergunta.