domingo, 11 de setembro de 2016

É hora de dar um basta


Nos últimos dias presenciei alguns acontecimentos na vida de uma pessoa próxima que me inspiraram a falar com você hoje sobre esse assunto. É fato que o sofrimento nos ajuda a crescer. Mas chega um momento em que ele está tentando nos dizer que é hora de dar um ponto final em determinas situações.

Assim como você, eu tive sofrimentos e decepções ao longo da minha vida. Mas se tem algo que agradeço por ter cultivado sempre é o bom senso e a maturidade para entender o recado apenas com uma boa pancada. Nunca precisei de duas decepções amorosas, por exemplo, pra cair na real, eu só tive uma e que me serviu, foi o suficiente. Isso porque eu sofri e procurei aprender com a minha dor e a descobrir os motivos do meu sofrimento em mim, e não no outro.

Contudo, quando não temos esse discernimento, nossos sentimentos são como bolinhas de pingue-pongue, lançadas de um lado para o outro, em poder de terceiros. E fica difícil viver assim. Aprendi que o sofrimento é uma maneira da vida sinalizar que há algo que precisa ser mudado em nós. Até que o indivíduo tome consciência de seu problema interno, o sofrimento, eu diria, é funcional, necessário, até.

Mas, a partir do momento em que o sujeito sabe de sua situação e tem consciência dela, a dor torna-se opcional. Você infelizmente passa da condição ignorante e natural de aprendizado para outra, onde se torna o cúmplice da própria infelicidade. E por que, mesmo nessa situação, as pessoas não tomam uma atitude pra terminar com aquele ciclo, seja ele qual for?

Por três fatores, medo, zona de conforto e vitimismo. A maioria quer sair da situação que a machuca, seja um emprego que não proporciona mais alegria, seja uma relação amorosa onde já não há mais troca, sejam relações familiares, entretanto, nenhuma ação é tomada ou demora demais para que isso aconteça.

Quando você percebe que algo na sua vida transformou-se num martírio, e por mais que você tenha tentado consertar, simplesmente não dá mais, é porque o ciclo se fechou. É hora de dar um fim. Quando um ciclo acaba e a gente não acompanha esse fechamento, a situação fica insuportável. É a roda da vida. Tudo começa e termina de algum jeito, ou se transforma. E a dor é uma maneira de nos mostrar que é preciso uma decisão. E quando não ouvimos, ela aumenta grandemente.

E se não fosse pelo medo que automaticamente nos prende na segunda questão, que é a zona de conforto, já teríamos deixamos o velho ciclo se fechar. E esses dois primeiros só têm força em nós por causa do terceiro vilão, o vitimismo, que nada mais é do que a crença no coitado impotente. E o sofrimento neste caso funciona como um agente auxiliador do Ser, porque é o incômodo da dor que fará com que o indivíduo reaja.

E infelizmente essa dor em muitos casos precisa ser insuportável. Aí ele descobre que tem força, porque se cansa. E quando a gente se cansa, muda. E ficamos maiores que nossos medos e zonas de confortos. A vida simplesmente não nos dá outra chance a não ser reagir. E o que vale mais a pena, conviver com o sofrimento por auto negligência, sabotando-se terrivelmente, ou reagir e fazer da dor de uma situação ruim uma oportunidade de recomeçar e dar mais sentido à vida? 

Quanto uma história começa a se encher de vírgulas desnecessárias é porque está na hora de dar um ponto final. Tenha coragem de ter essa atitude. Não suporte o que você não precisa mais suportar. Escolha mudar. Sujeitar-se ao medo, ilusões, vitimismo e zonas de conforto só vão te sujeitar ao sofrimento que poderia ser convertido em novidade de vida.
Ótimo domingo, de reflexão e positividade!

Que o Amor nos cure!
Vinícius Francis 



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