Ontem, num
atendimento individual, eu conversava com a minha cliente sobre a violência em
nossos comportamentos para com as pessoas do nosso contexto de vida. E muita
gente pensa que ser violento é somente quando você agride verbal ou fisicamente
a alguém, mas não é.
Quando você lança
sobre o outro suas expectativas também é violência. Porque você pode acabar
pressionando-o, ainda que sem perceber, a ser como você quer.
Toda vez que eu
nutro coisas do tipo "eu gostaria que" ou "você deveria" a
alguém, é uma forma de violência. Estou desrespeitando a natureza do outro e
seu jeito de ser. É uma atitude inconsciente de tentar violar o direito do
outro ser o que quiser.
Porque, na verdade,
nem mesmo nós somos como achávamos que deveríamos ser. E justamente por
lançarmos tanto esse tipo de violência sobre nós, nos pressionando a ser, de
repente, o que não dá pra sermos no momento é que tendemos a fazer isso com os
demais.
O que cura isso?
Modéstia, aceitação. Isso é amor. Se eu me amo, me aceito, posso até querer
mudar algo em mim, mas não vou me pressionar violentamente. O mesmo se dá com o outro,
se eu o amo, aceito-o como ele é. E se o jeito dele ser realmente não me
agrada, vou aceitar isso e também aceitar o meu limite em relação ao
comportamento dele e me afastar, se preciso. Porque não posso obrigá-lo a ser
diferente, bem como não posso me obrigar a suportar algo no comportamento alheio que me fere.
Mas, vamos falar a
verdade, fazemos isso? Claro que não! Preferimos o caminho da teimosia, da
insistência em impor sobre nós e os outros nossos “tem que”. Aí as relações
como um todo viram um inferno. Porque é um cobrando do outro, um tentando fazer
do outro o correspondente à sua própria expectativa.
E não dá fruto bom
isso! Porque relações baseadas em cobranças não têm o agradável sabor da
liberdade e da troca saudável de sentimentos e valores. A cobrança é uma forma
de violência, sou eu tentando impor a minha vontade sobre o outro, pois na
minha loucura, acredito que ele deveria ser de tal maneira. Olha só o nível ao
qual podemos chegar!
Sem humildade
interior e aceitação verdadeira, eu vou inevitavelmente me desequilibrar afetivamente
comigo e esse desequilíbrio reverberará à minha volta, afetando meus
relacionamentos. Mas em nossa arrogância, ainda temos a audácia de dizer que
amamos fulano, que queremos a felicidade dele. Queremos porcaria nenhuma!
Queremos é a satisfação de nossas pretensões descabidas. Então, tentamos fazer do outro um motivo de orgulho para o
nosso ego mal educado, tentamos manipular as pessoas pra que nos correspondam à
nossa maneira. Ou seja, violência.
E toda pessoa que
faz isso com o outro é insatisfeita consigo mesma. Pronto, é isso. Porque se
somos felizes com a nossa vida, se somos humildes em nosso relacionamento
pessoal, não vamos agredir o outro com nossas expectativas, nem projetar
nossas insatisfações nos demais, porque aprendemos a nos preencher.
E quando
você se preenche, você se basta. E toda relação com alguém, partindo disso,
será de troca e não de compensação. Você não vai usar ninguém pra tampar o seu
buraco.
Por isso casamentos
vão pro lixo, relações até bonitas se desfazem porque são construídas e
mantidas por pessoas que não têm a si próprias. Eu mesmo já passei por isso,
tive um relacionamento muito difícil porque eu fazia assim. Eu não estava
satisfeito comigo e essa insatisfação, joguei na relação, querendo fazer dela
o meu preenchimento. E com isso violentamos quem dizemos que amamos,
violentamos a nós mesmos.
Até que eu percebi
que se o companheiro não tem as características que eu julgo serem boas numa
relação, é mais saudável pular fora do que tentar mudá-lo. E foi o que fiz, graças a Deus! Mas, passei um
tempo tentando fazer as coisas serem do meu jeito. E quando eu percebi que era eu quem precisava ser do meu jeito, preenchi-me da minha satisfação e fui, pra mim, a
pessoa que eu queria ver no outro. Resultado: Pus um ponto final na relação e
em meu sofrimento.
Assim precisamos
fazer com tudo e todos. Não podemos mudar as pessoas. E outra, é feio tentar
fazer isso, é violento. Cada um é o que escolhe ser, o que consegue ser. O
mesmo se aplica a nós. E amar é aceitar o outro com seus limites e
aceitar você e os seus. Se uma relação está te machucando e você não
consegue lidar com determinadas características do parceiro (a), seja humilde, saia
dela. É mais honesto, justo, bonito de sua parte assumir isso e partir pra
outra do que tentar fazer da pessoa o seu sonho realizado. Não, faça de você o
seu sonho realizado.
E mesmo consigo próprio,
pegue leve, sem “tenho que”, sem “eu deveria” e sem muito “eu gostaria”. Vamos ser humildes com a gente, eu sou o que
consigo ser, vou onde posso ir, faço o que dá pra fazer. Quero e vou melhorar,
mas vou fazer isso de boa, em positividade, sendo meu amigo, me amparando, me
conduzindo em amor. E se eu fizer assim comigo, farei com os outros.
Seja feliz!
Vinícius
Francis
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Muito obrigada!!!
ResponderExcluirOlá Vinícius!
ResponderExcluirExposição incrível! Adorei!
É bem assim mesmo que acabamos fazendo, mas com seus sábios textos fica mais fácil seguir o melhor caminho.
Parabéns!