Um TOC (Transtorno obsessivo compulsivo) é uma
doença que afeta muita gente em todo mundo. Pela medicina, existem tratamentos
paliativos ou que mantêm as manifestações sob controle. Entretanto, na
metafísica, podemos encontrar a cura. Uma vez que conhecemos a causa, fica mais
fácil localizar a origem do problema e agir em cima dele, revertendo a
situação.
Toda patologia que se manifesta no corpo tem uma
origem emocional. Fomos criados para a saúde. Mas esta começa em nossas
emoções, pensamentos, ideias acerca da vida, de nós e do que nos acontece.
Toda leitura das experiências vividas cria uma
crença e um estado interior. E isso pode repercutir no corpo, assim como em
outros âmbitos da vida. E sabendo que o TOC tem como fundo psicológico o perfeccionismo,
precisamos prestar atenção no que acontece dentro da nossa cabeça.
Mas, de onde vem esse perfeitinho? Por que queremos
tanto ser perfeitos, no sentido de nunca errar, nunca vacilar e ter sempre os
resultados almejados, no tempo desejado e na quantidade que queremos? Por que
nos obrigamos a bater tantas metas e ficamos em cima de nós pra não sairmos dos
trilhos das exigências mentais? Porque
existe um padrão de insuficiência instalado em nós.
Só nos cobramos excessivamente quando lá no fundo
temos alguma ideia de insuficiência ou que não somos não bons o bastante. É
possível que em algum momento na infância tenhamos sido desafiados pelos nossos
pais (conscientemente ou não) ou por um amigo, professora de quem gostávamos muito.
E então, passamos a cobrar de nós um desempenho cada vez melhor para provarmos
o quanto somos capazes. Também é possível que você tenha feito algo pelo qual
fora terrivelmente criticado e de repente, ouviu a frase: Nossa, você faz tudo errado!
Pronto, gravou! Aí, a pessoa passa a vida inteira
cobrando perfeição só pra não se sentir tão errada quanto alguém, que disse
essa besteira, a fez sentir. Percebe onde começa? Colocamos um patrão em nossa
cabeça, um general, que cobra, exige e pune se não conseguirmos a excelência.
Tudo porque queremos compensar algo que não foi digerido, lá atrás.
Alguém pôs sua capacidade à prova ou quem sabe você
mesmo fez isso! E agora, você se arrasta pela vida se obrigando a obter
resultados que nem sabe se tem condições de alcançar no momento. E aquilo fica
gravado. Você não pode errar, porque se errar, o que disseram lá atrás se
confirmará, ou seja, você é mesmo um desastre.
Nunca está bom, nunca é o bastante. E como se não
bastasse, cobramos de todo mundo em volta também. Nada pode sair dos trilhos.
Tudo tem que ser como a sua cabeça perfeccionista ordena, senão ela não te dá
paz. E quanto mais queremos controlar, mais tensos ficamos, e mais nervosos. E
mais surtos surgem.
O que cura o TOC? Modéstia, humildade. Aceitação do
possível e do real. Aceitação do próprio limite, aceitação da condição humana
passiva de erros. Aceitar que nem sempre vai acertar. Aceitar que é preciso
errar também. Aceitar que não dá pra fazer tudo do jeito que você acha que
precisa ser feito. Aceitar que só será feito aquilo você conseguir fazer.
E
quando não conseguir, não irá se culpar por não ter feito e nem se forçar a
fazer a qualquer custo. Assim, seu sistema nervoso relaxa e o seu cérebro
melhora a comunicação com o corpo, eles finalmente podem trabalhar em paz.
Então, naturalmente, quanto menos você se cobra exageradamente, mais calmo
fica, mais tranquilo, relaxado, em posse do presente e do que é possível fazer
agora.
O resto, quando der e se der, será feito. Sem
punição porque não há mais auto compensações, você não tem que ser assim ou assado.
Seja só o que é agora e será o suficiente. Nem maravilhoso e nem o imprestável,
só você, do jeito que é e com as características que possui. Pegando leve e
sendo seu amigo, você se cura de transtornos que são reflexos de um
perfeccionismo que não tem o menor fundamento no real, que é onde precisamos
viver. O resto é apenas idealismo, ilusão.
Que o amor nos cure!
Vinícius Francis
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