sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Setembro Amarelo - Suicídio - Parte 02


Este é o nosso segundo texto dentro do tema suicídio. É um assunto pouco abordado, mas de uma importância enorme. Centenas de milhares de pessoas tiram suas vidas todos os anos e isso é número muito preocupante. É nossa tarefa, como obreiros da luz, tentar auxiliar de alguma maneira. E a meu ver, o conhecimento, a informação, faz toda diferença. Porque é um caminho, uma opção a ser oferecida. Porque quem comete esse tipo de ato, provavelmente não tem conhecimento da Espiritualidade e sequer imagina as consequências disso. Porque elas existem e são sérias.

Agora, falando dos motivos que levam uma pessoa a cometer suicídio ou a tentar, precisamos conversar. Na minha adolescência, eu passei por isso, tentei tirar minha própria vida com remédios. E hoje, na lucidez espiritual em que me encontro, antes de me agredir pela atitude ignorante que tive, procuro compreender minhas razões. Porque uma vez que me compreendi, me abracei e me esforcei para fazer da minha vida algo que valesse a pena viver.

Eu tive sérios problemas familiares, aos onze anos meu mundo desabou com a separação dos meus pais (que hoje estão juntos e reconciliados), em decorrência disso vieram muitos outros problemas. Mudança de cidade, afastamento dos amigos, problemas emocionais pela falta do pai, dificuldades financeiras, entre outras. Foi um momento muito delicado. E ainda por cima, eu já tinha a mediunidade aberta e desenvolvida e não sabia lidar com o que eu via, ouvia, sentia. Tudo isso era demais pra mim e como opção de fuga do meu sofrimento, eu tentei encerrar o que estava vivendo.

Daí, compreendi que o desespero faz as pessoas tomarem essa atitude. Não são elas, mas o desespero decide por elas. Então, é muito fácil, pra quem vive uma situação de vida mais favorável (seja interna ou externamente), acusar quem tenta tirar a própria vida. Claro, uma vez que a pimenta está ardendo nos olhos do outro, é simples condená-lo por tentar (mesmo que levianamente) se livrar da dor.

Vivemos numa sociedade onde o mais bonito tem melhores oportunidades. O mais bem de vida tem acessibilidade e desfruta de uma educação e de outros confortos que quem não teve a mesma “sorte” provavelmente nunca vai desfrutar. A menos que vire o jogo. Mas esse virar o jogo não é algo tão simples. Este mundo escraviza os sem conhecimento, julga, oprime, persegue os diferentes. E sem Espiritualidade é muito difícil lidar com toda essa situação.

Este mundo é o planeta da superficialidade. A maioria vive pra vestir uma imagem de feliz, bem sucedido, de bem com a vida. São as selfies exibicionistas, as redes sociais que inflamam a competição pelos “likes”. Um buscando ser mais notado que o outro, ser mais aplaudido que o outro. O show do ego inflado. Não que ser uma pessoa notada, reconhecida, famosa e bem sucedida seja algo ruim, de maneira nenhuma. O problema é que isso torna-se o objetivo principal da vida, mas não movido por um desejo interior de ser evidenciado para fazer o Bem e poder ajudar o próximo. É apenas exibicionismo, auto compensação. Gente vazia tentando tapar o buraco existencial.

Uma necessidade de ter para ser. Eis o problema social, planetário. Todos querem ter, porque tendo, serão reconhecidos. Um bando de gente oca se preenchendo com as coisas deste mundo para se sentir melhor, um pouco importantes. E nessa guerra pelo status social, perde quem não tem “bala na agulha” pra competir. A verdade é que só há uma diferença entre um grupo que tem posição social privilegiada e quem não tem, o primeiro tem condições de viver de aparências, o segundo não.

E num mundo de mentes vazias e pessoas fúteis, imagina como é ter que lidar com a cobrança social? Com a exigência do mercado? Com o preconceito e separação, rotulação do bonito e do feio? Do aquedado e do inadequado? Do natural e do antinatural, como é o caso da homossexualidade? Ter que viver num mundo onde ser gay é estar contra os princípios do Criador não é fácil, se não há espiritualidade pra entender que tal condição é natural! E mesmo assim, ainda há percalços.

Se tivermos que encontrar os responsáveis maiores pelos suicídios que ocorrem seriam os paradigmas deste mundo. Isso mata as pessoas. Nem todo mundo suporta a injustiça deste planeta. Somos um povo que cresce e se torna adulto sem a menor noção do que é a centelha divina ou quais são as verdadeiras Leis do Criador. E sem isso, que é a única coisa que pode preencher o ser humano, estabelece-se o caos e o sofrimento.

Jovens se formam na faculdade, mas não sabem lidar com frustrações. Homens e mulheres formam famílias, se tornam pais e mães sem terem superado seus próprios conflitos e passam tudo isso aos filhos. Não temos educação financeira correta, daí, criamos dívidas. Não temos educação espiritual funcional, somos bombardeados pela religião logo no começo da vida com seus dogmas, doutrinas e princípios sem fundamentos no verdadeiro amor de Deus. Percebem o problema que temos hoje? É grave, é grande.

E quando eu falo de suicídio não me refiro somente a quem aperta o gatilho do revólver, esse ainda é mais corajoso que a maioria, que se mata aos poucos. Falam que suicídio é ato de covarde, mas é preciso muita coragem pra fazer isso.

A maioria prefere se matar lentamente, numa mágoa, numa auto repressão, no medo, na negação da própria essência, no ódio, na inveja, na inação. Está sofrendo e não faz nada pra mudar. Tudo isso é suicídio. O câncer é uma doença nutrida pelas emoções mal resolvidas. E quem se adoece, está se matando. Então também é suicídio. Por isso, temos uma humanidade suicida. Uns preferem encerrar tudo de uma vez, outros preferem morrer lentamente. Mas, avaliando minuciosamente, todos os que se negativam também estão se suicidando. É forte? Eu sei. Mas é preciso encarar a realidade para sair da ilusão.

Quando isso for feito, teremos a opção de nos curar e aí sim, viver plenamente. Mas como, se as pessoas não querem encarar seus monstros? Como, se a zona de conforto fala mais alto? Como, se as convenções sociais são a prioridade? E aí, esse pessoal julga o outro pessoal, que tirou a própria vida num único ato. Quem é pior? Quem toma o veneno ou quem se tortura lentamente? Reflita e responda a si mesmo. E já aviso, tem gente vai ler isso aqui e se escandalizar. Porque não quer enxergar a verdade. Prefere viver de mentira. Eis aí, outra forma de suicídio.

Se você não vive segundo sua essência, não busca a sua felicidade, não trata seus conflitos internos, não se resolve como pessoa e se permite viver afundado num monte de cocô metafísico, lamento, mas você está se matando. 
Você é livre pra fazer o que quiser com sua vida, pra fugir dos seus problemas se preferir, mas saiba que tem preço, tem consequência. O caminho da fuga por essa via tem um preço caro.

Então, o que é preciso pra resolver esse problema? Amor, compreensão, luz, espiritualidade, compaixão, misericórdia, sabedoria e ação. Sem estas coisas o mundo vai prosseguir se matando, uns de um jeito e outros, de outro. Continuaremos no próximo texto.

Que o Amor nos cure!
Vinícius Francis :-) 


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